Tentando Entender a Cultura Brasileira
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Um britânico, tentando entender a cultura brasileira... com diversos resultados!
É uma verdade admitida por praticamente todo cara de dezessete anos com internet: o Brasil é um dos países mais sexy do planeta. Quando você olha fotos online do país, você espera por deusas do samba, praias ridiculamente tropicais e, claro, o Carnaval. Mas se você já se perguntou como é a vida além dessas imagens, este livro é para você. Redigido pelo renomado blogueiro britânico Andrew Creelman, essas memórias vão te dar uma visão íntima de dentro da realidade da cultura brasileira.
Depois de ter chegado no país meio do nada, Andrew passou os últimos quatro anos em São Paulo tentando entender os brasileiros e sua cultura. No livro, alguns questões de levantar as sobrancelhas são exploradas. Será que o Brasil se parece com um enorme e perigoso Grand Theft Auto? Como é viver no país louco por futebol? Todas as mulheres brasileiras são maravilhosas? Como é dar aulas aqui? E talvez a pergunta mais importante explorada nessas páginas: por que, ah, por que os brasileiros usam tão pouca roupa na praia?!?
Um britânico, tentando entender a cultura brasileira... com resultados variados!
É uma verdade admitida por praticamente todo cara de dezessete anos com internet: o Brasil é um dos países mais sexy do planeta. Quando você olha fotos online do país, você espera por deusas do samba, praias ridiculamente tropicais e, claro, o Carnaval. Mas se você já se perguntou como é a vida além dessas imagens, este livro é para você. Redigido pelo renomado blogueiro britânico Andrew Creelman, essas memórias vão te dar uma visão íntima de dentro da realidade da cultura brasileira.
Depois de ter chegado no país meio do nada, Andrew passou os últimos quatro anos em São Paulo tentando entender os brasileiros e sua cultura. No livro, alguns questões de levantar as sobrancelhas são exploradas. Será que o Brasil se parece com um enorme e perigoso Grand Theft Auto? Como é viver no país louco por futebol? Todas as mulheres brasileiras são maravilhosas? Como é dar aulas aqui? E talvez a pergunta mais importante explorada nessas páginas: por que, ah, por que os brasileiros usam tão pouca roupa na praia?!?
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Tentando Entender a Cultura Brasileira - Andrew Creelman
Índice
Capítulo Um – Como Eu Acabei No Brasil
Capítulo Dois - Me Estabelecendo
Como Não Beijar em São Paulo
Capítulo Três – Dando Aula Para Brasileiros
Os 5 Maiores Erros que Brasileiros Fazem em Inglês
Minha Mais Constrangedora Experiência em Sala de Aula
Sendo Passado para Trás por uma Criança de Sete Anos
Capítulo Quatro – Saindo em São Paulo
Cerveja
Boates
Filas
Álcool
Capítulo Cinco - Música
A Boa − Samba
A Boa − Bossa Nova
A Ruim – Sertanejo
A Feia – Funk Carioca
Capítulo Seis – Cinco Coisas Sobre Brasileiros que Eu Não Esperava Descobrir nos Meus Primeiros Seis Meses
Capítulo Sete – Mulheres Brasileiras
Como mulheres brasileiras realmente se parecem?
Brasileiras Altas
Brazilian Mamas
Capítulo Oito – Crime
Ser Assaltado
O Brasil é tão perigoso quanto as pessoas dizem?
Quando São Paulo Parece Mais Seguro que Lugares no Reino Unido
Capítulo Nove - Futebol
São Paulo FC
Corinthians vs. Palmeiras
Santos
Futebol na TV
Comentaristas de Futebol
Capítulo Dez – A Cultura de Praia Brasileira
Biquínis brasileiros vs. Biquínis Ocidentais
Capítulo Onze – Sendo Britânico no Brasil
Chá
Timing
Mais Chá
Você está com calor quando você está com frio
Como Britânicos soam para Brasileiros?
Britânicos na Cultura Brasileira
Capítulo Doze - Conclusão
Estudando Português
Incidente #1
Incidente #2
Sobre o Autor
Capítulo Um – Como eu acabei no Brasil
Minha jornada para o Brasil na verdade começa no Japão rural, onde eu estive ensinando crianças a falar inglês por aproximadamente três anos. Eu amava o Japão, as pessoas, a cultura, e a comida; eu até me tornei indiferente em relação a Hello Kitty
. Mas então, uma noite em um bar local, eu tive uma conversa com meu amigo japonês, Kazu, que me inspirou a sacudir as coisas um pouco. A conversa saiu um pouco assim:
Eu me formo na universidade em três meses
, ele começou. Eu acho que eu vou viajar por três semanas antes de começar a trabalhar.
Eu bebi um gole da cerveja, pensativo, e lhe perguntei onde estava planejando ir.
Brasil
, ele disse sem hesitar. Eu quero ir para o Brasil no Carnaval e então viajar pelo país
.
Isso parece bem legal. Eu adoraria ir lá
, eu suspirei dramaticamente com o tipo de sinceridade que não parecia tão exagerada depois de algumas cervejas.
Então vem comigo!
Eu não posso. Tenho meu trabalho aqui e eles nunca iam me dar três semanas de folga.
Mas, Andrew, você está sempre me dizendo o tanto que você não gosta do seu emprego
.
Ele tinha razão; eu era aquele cara que acabava com a diversão da nossa sessão de bebedeira na terça à noite falando sobre como eu não gostava de ensinar essas crianças. Em minha defesa, porém, minha aula na hora do almoço com a temida Tamaki no outro dia estava sempre voltando à minha cabeça. Essa menininha de dois anos e meio literalmente ficava gritando por todos nossos trinta minutos de aula toda semana. Ficar lá parado com um par de fantoches em cada mão (também conhecidos como Kim, o Canguru, e Ali, o Antílope) na esperança de ganhar a atenção dessa criancinha desolada realmente me incomodava.
Sua mãe afrontosa também sempre ignorava o quão estridentemente altos eram os gritos de Tamaki durante essas aulas e ela era indiferente ao ver as lágrimas de tristeza rolando nas bochechinhas gorduchas de sua filha.
Eu me sentia mais como sendo uma parte tácita na tortura de Tamaki do que sendo seu professor de inglês.
E eu também ficava confuso sobre quem aproveitava mais nossas aulas de inglês, já que não era Tamaki, que se acabava por qualquer elemento das aulas, mas sim sua mãe. Às vezes Tamaki era deixada jogada perto da parede chorando, enquanto eu e sua mãe trintona seguíamos as instruções no CD ao pular como um canguru, balançar os braços como um macaco no tempo da música ou dançar a música do ABC
. Nunca havia dúvidas sobre o comprometimento à aula da mãe de Tamaki, que, porém, esperava ansiosamente para estar em qualquer outro lugar e não ali conosco.
Por que você não só larga o seu emprego e vem pro Brasil comigo para o Carnaval?
, perguntou Kazu.
Imediatamente eu sabia que isso era uma ótima ideia e disse isso pra ele. Eu estava farto de dançar a música da Dona Aranha
, como um apresentador fracassado para crianças, e eu estava farto de brincar de mímica com uma música sobre os dias da semana com essas crianças ressentidas comigo por ter tirado seus gizes de cera. Também estava farto com a porcaria dos fantoches que eu dava vida em todas as aulas. No outro dia, fui para o trabalho e imediatamente dei meu aviso prévio de três meses.
Kazu e eu, no Japão, algumas semanas antes de ir embora para o Brasil
Eu adoraria dizer que minha chefe ficou desolada quando eu lhe contei, que ela desabou no chão, agarrou minhas pernas e implorou para que eu ficasse, porque eu era um membro do staff valioso. Ela definitivamente não fez isso. Eu vou começar a procurar outro professor então
, anunciou com o mesmo tanto de emoção que um dentista fazendo uma limpeza dentária falaria sobre o tempo. Não tinha volta agora!
Alguns dias depois, encontrei Kazu de novo para discutir para onde no Brasil nós gostaríamos de viajar. Compreensivelmente, ele queria uma garantia que eu tinha largado meu emprego, porque dar seu aviso prévio sem pensar muito antes não era o tipo de coisa que os japoneses faziam. Mas à essa altura, eu estava completamente dentro.
Quando nós começamos a conversar, ficou claro que além do Rio e da Amazônia, nós não tínhamos ideia do que mais o país tinha a oferecer. O que sabíamos era que pretendíamos usar o tempo que Kazu tinha disponível entre terminar as provas de sua faculdade e ser colocado em um hospital. Como um médico, ele seria engolido pelo sistema hospitalar japonês sem previsão de férias por um tempo, então essas três semanas significavam muito para ele. E como se para demonstrar o quanto, ele provou seu cometimento puxando um guia de viagens do Brasil novinho de sua mochila. Eu tentaria conseguir uma versão em inglês também, mas isso seria pedir demais da minha livraria local, que oferecia pouquíssimos livros em inglês além de O Diário da Princesa.
Assim que o plástico ao redor do guia foi removido, nós começamos a inspecionar o primeiro capítulo sobre o Rio. Em seguida, ele pulou para o próximo capítulo e perguntou, Que tal esse lugar?
, eu olhei a foto de São Paulo, mas não fiquei impressionado pelos arranha-céus sem graça na página. Nah
, eu respondi bem casualmente, Quer dizer, só parece com qualquer outra cidade, né? Por que cargas d’água nós iríamos para São Paulo?
.
Na mesma hora que perguntei isso, ele mesmo já tinha começado a dar uma segunda olhada na foto. Você está certo
, ele reconheceu, mas eu acho que uma viagem para o distrito japonês de São Paulo seria interessante. Diz aqui que a cidade tem a maior quantidade de japoneses vivendo fora do Japão
.
Kazu, nós moramos no Japão aqui e agora
, eu argumentei. Eu não quero voar para o outro lado do mundo para sentar e comer sushi em um bar dirigido por japoneses. Nós podemos fazer isso aqui!
.
Percebendo a loucura da sua ideia, ele riu, Certo, você tem razão!
. Segundos depois de rejeitar a ideia de ir para São Paulo, nós começamos a olhar o próximo capítulo do livro sobre as Cataratas do Iguaçu. Em retrospectiva, o motivo que nós descartamos São Paulo tão rapidamente foi porque não era o Brasil que nós queríamos comprar. Quando nós pensamos sobre visitar o país, o que saltava à mente eram as lindas praias e o cenário natural, não cidades de concreto. Então não ir na cidade era uma certeza, porque não tínhamos vontade de ir lá conhecê-la – não com todos os outros lugares lindos sendo ofertados. Mas com nosso orçamento apertado, resolvemos que precisaríamos ir do Rio para as cataratas de ônibus, uma jornada incrivelmente longa. Por fim, decidimos interromper a viagem com uma parada de um dia em São Paulo.
Alguns dias depois tínhamos marcado nossos voos e os próximos meses passaram surpreendentemente rápido. Antes que eu percebesse, o dia de aposentar Kim, Canguru, e Ali, Antílope, chegou e também o dia que eu tinha que dizer tchau para Tamaki. Ela chorou quando nos despedimos; eu não esperava nada diferente. O pensamento de não precisar ouvir seus gritos todas as semanas também me deixou com lágrimas nos olhos, de felicidade.
Apenas doze semanas e meia se espremeram entre minha demissão e a chegada no Rio. Depois que chegamos no país, nós passamos pela imigração, agarramos nossas mochilas e nos apressamos pelo saguão do aeroporto. Ali tivemos o primeiro relance do Brasil: um taxista barrigudo esperava por Kazu e eu, trajando uma camiseta apertada e shorts havaianos. Nós percebemos que ele estava lá para nos pegar porque ele estava abanando sua camiseta suada com um quadro que tinha nossos nomes rabiscados.
Eu não vou mentir: essas boas-vindas para o Brasil foi muito menos sexy do que eu tinha imaginado!
Nossos seis dias na cidade maravilhosa
foram gastos relaxando nas praias de Copacabana e Ipanema, aproveitando as festas de rua e visitando pontos turísticos que nos forneceram visões incríveis da cidade. Nenhum de nós queria muito ir para São Paulo, mas com o Rio ultrapassando nossas expectativas, estávamos