Pensamento feminista brasileiro
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A partir dos anos 1980, não foi possível silenciar vozes que se impunham demandas específicas, sobretudo as das mulheres negras, momento em que se destacam algumas das intelectuais mais singulares desse contexto, que fizeram da interseccionalidade um tema definitivo no debate feminista brasileiro. No contexto atual em que os estudos feministas e também o ativismo ganham espaço no país, é fundamental que os nomes dessas importantes pensadoras brasileiras afirmem seu lugar para as novas gerações, a partir do conhecimento e reconhecimento de uma atuação que entende os estudos feministas como um campo de contínua expansão, afirmação e resistência.
"Movida por este momento de redescoberta do feminismo e querendo contar esta história para jovens feministas, reuni textos de nossas veteranas brasileiras – produzidos numa hora re repressão e ditadura militar – que tiveram que enfrentar compromissos políticos nem sempre desejáveis, preconceitos machistas dos intelectuais e dificuldades em sua inserção acadêmica. Enfim, mesmo assim o pensamento feminista conseguiu emergir e se consolidar como área legítima de conhecimento" Heloisa Buarque de Hollanda.
Parte do livro "Pensamento feminista brasileiro: formação e contexto".
Titles in the series (4)
- Algumas histórias sobre o feminismo no Brasil: Lutas políticas e teóricas
Primeira parte do livro "Pensamento feminista brasileiro: formação e contexto", organizado por Heloisa Buarque de Hollanda, que busca abordagens e perspectivas diversas no sentido de oferecer às leitoras e leitores um conjunto multifacetado das tentativas iniciais de pensar a constituição de u pensamento feminista no Brasil. Traz uma amostragem de pesquisas que pretenderam organizar a história do feminismo brasileiro, ou momentos importantes dessa história. O artigo de Constância Lima Duarte oferece um cruzamento importante entre história e literatura como forma de relatar a trajetória do feminismo em seus primeiros tempos. O de Branca Moreira Alvez apresenta um resumo histórico do movimento sufragista, baseado em seu livro Ideologia e feminismo: a luta da mulher pelo voto no Brasil (1980). O artigo de Rita Teresinha Schmidt procura recuperar a força de duas escritoras pouco conhecidaS, mas que intervêm corajosamente no movimento de criação de narrativas para a constituição de uma genealogia da nação brasileira, reclamando a inclusão, nessas narrativas, das questões da diferença e da exclusão social. Jaqueline Pintaguy, por sua vez, relata as conquistas feministas na constituinte de 1987 – ela mesma personagem dessa luta conhecida como "lobby do batom" –, enquanto Bila Sorj faz uma reflexão sobre as formas de inserção dos estudos feministas no quadro das teorias modernas sobre os movimentos sociais no advento das quebras paradigmáticas da filosofia pós-moderna. Por fim, o trabalho referente às pesquisas sobre mulher no Brasil, escrito por Albertina Costa, Carmen Barroso e Cynthia Sarti,
- Bandeiras tornam-se objetos de estudo (violência, aborto, sindicalização)
Reunião de textos de autoras veteranas do pensamento feminista brasileiro, organizada por Heloisa Buarque de Hollanda e dedicada aos temas-chave dos estudos sobre mulher: a violência, a inclusão da mulher no mercado de trabalho e o aborto – que também eram as bandeiras imediatas do ativismo, bem como o perfil teórico e político desses textos, como é o caso principalmente do trabalho de Heleieth Saffioti sobre violência. Também exemplares são os textos de Maria Betânia Ávila sobre direitos reprodutivos, o de Leila Linhares Barsted sobre o percurso da luta pelo aborto e o de Mary Castro, que enfatiza a importância das categorias de gênero, raça e geração na análise do sindicato de trabalhadores domésticos em Salvador. "Movida por este momento de redescoberta do feminismo e querendo contar esta história para jovens feministas, reuni textos de nossas veteranas brasileiras – produzidos numa hora re repressão e ditadura militar – que tiveram que enfrentar compromissos políticos nem sempre desejáveis, preconceitos machistas dos intelectuais e dificuldades em sua inserção acadêmica. Enfim, mesmo assim o pensamento feminista conseguiu emergir e se consolidar como área legítima de conhecimento" Heloisa Buarque de Hollanda. Parte do livro "Pensamento feminista brasileiro: formação e contexto".
- Em busca de novos caminhos críticos
Reunião de textos de veteranas do feminismo brasileiro, compilada por Heloisa Buarque de Hollanda, que procura colocar em pauta questões epistemológicas na perspectiva feminista, questões que irão se desdobrar com força nas décadas posteriores. O estudo de Lourdes Maria Bandeira coloca em pauta a categoria "violência de gênero" como caráter necessário multifacetado, constituído como um jogo de forças de sua dupla dimensão de fenômeno social e categoria de análise, abrindo um vasto campo de reflexão para estudiosos e pesquisadores. Maria Luiza Heilborn oferece uma observação aguda sobre o cruzamento das características próprias da antropologia com os estudos de gênero, mostrando como a antropologia enfatiza a perspectiva sistêmica que domina o jogo de construção dos papéis e identidades masculinas e femininas e sinalizando a fragilidade da expressão "relações de gênero" como eixo e definição dos estudos sobre mulher. O estudo de Angela Arruda faz um movimento similar ao assinalar certa convergência entre as teorias das representações do campo da psicologia social com as teorias feministas que começam a privilegiar o papel da experiência e trazer para suas pautas a perspectiva de uma epistemologia feminista. Maria Odila Leite da Silva Dias avança seu estudo sobre a pesquisa na área de História em direção a uma epistemologia feminista na qual sujeito e objeto estariam diluídos um no outro. Apontando para a necessidade de se historicizar, contextuar e relativizar conceitos e saberes universais, Maria Odila propõe como tarefa maior do pensamento feminista o trabalho com a hermenêutica do cotidiano, privilegiando categorias instáveis, porém capazes de fragilizar a perspectiva do sujeito epistemológico masculino universal. E, fechando a coletânea, o texto de Marageth Rago é focado diretamente na abordagem crítica epistemológica e a formação de contradiscursos feministas que possam se constituir como um campo de conhecimento próprio, interpelando nosso "feminismo tropical" [sic] mais atento à urgência dos problemas sociais e às demandas urgentes de intervenção. "Movida por este momento de redescoberta do feminismo e querendo contar esta história para jovens feministas, reuni textos de nossas veteranas brasileiras – produzidos numa hora re repressão e ditadura militar – que tiveram que enfrentar compromissos políticos nem sempre desejáveis, preconceitos machistas dos intelectuais e dificuldades em sua inserção acadêmica. Enfim, mesmo assim o pensamento feminista conseguiu emergir e se consolidar como área legítima de conhecimento" Heloisa Buarque de Hollanda. Parte do livro "Pensamento feminista brasileiro: formação e contexto".
- Interseccionalidades: pioneiras do feminismo negro brasileiro
Compilação de textos organizada por Heloisa Buarque de Hollanda e dedicada às pioneiras dos debates sobre a especificidade das relações entre gênero e raça: Lélia Gonzalez, Beatriz Nascimento e Sueli Carneiro, até hoje grandes referências desses estudos entre nós. A partir dos anos 1980, não foi possível silenciar vozes que se impunham demandas específicas, sobretudo as das mulheres negras, momento em que se destacam algumas das intelectuais mais singulares desse contexto, que fizeram da interseccionalidade um tema definitivo no debate feminista brasileiro. No contexto atual em que os estudos feministas e também o ativismo ganham espaço no país, é fundamental que os nomes dessas importantes pensadoras brasileiras afirmem seu lugar para as novas gerações, a partir do conhecimento e reconhecimento de uma atuação que entende os estudos feministas como um campo de contínua expansão, afirmação e resistência. "Movida por este momento de redescoberta do feminismo e querendo contar esta história para jovens feministas, reuni textos de nossas veteranas brasileiras – produzidos numa hora re repressão e ditadura militar – que tiveram que enfrentar compromissos políticos nem sempre desejáveis, preconceitos machistas dos intelectuais e dificuldades em sua inserção acadêmica. Enfim, mesmo assim o pensamento feminista conseguiu emergir e se consolidar como área legítima de conhecimento" Heloisa Buarque de Hollanda. Parte do livro "Pensamento feminista brasileiro: formação e contexto".
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