Cleópatra VII: Mulheres legendárias da história mundial, #9
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About this ebook
A emocionante história da rainha mais famosa do Egito!
Cleópatra Tea Filópator se recusava a fazer o que lhe era ordenado. Em uma período em que o patriarcado negava cidadania completa até mesmo às mulheres da elite romana, Cleópatra governou seu Egito determinada a mantê-lo independente e livre do controle romano — independentemente do preço. Demonizada como uma simples sedutora por Caio Júlio César Otaviano (o futuro César Augusto) e seus aliados políticos, Cleópatra VII provou ser igual aos três homens mais poderosos do mundo romano: Caio Júlio César, Marco Antônio e Otaviano César.
Inclui uma linha do tempo detalhada, uma lista de leituras sugeridas/bibliografia e um easter egg especial para os fãs de ficção científica.
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Book preview
Cleópatra VII - Laurel A. Rockefeller
Há dois easter eggs escondidos pelo livro para a alegria dos fãs de Doctor Who. O primeiro deles é um personagem nomeado em homenagem a alguém que viajou na TARDIS. O segundo, uma frase usada repetidamente pelo Doctor. Usando seu conhecimento sobre o Doctor (interpretado por David Tennant, Matt Smith e Peter Capaldi) e das temporadas 2 a 10 de Doctor Who, vá em frente e os encontre!
––––––––
Índice
Prólogo
Capítulo um
Capítulo dois
Capítulo três
Capítulo quatro
Capítulo cinco
Capítulo seis
Capítulo sete
Epílogo
Linha do tempo
Leituras sugeridas e bibliografia
Sobre a série
Prólogo
––––––––
Sinésio de Cirene serpenteava casualmente pela biblioteca do Serapeu, seu enorme teto abobadado era uma lembrança de que se tratava de uma obra-prima arquitetônica grega, não egípcia. A cada poucos metros, ele parava e olhava as etiquetas das prateleiras perto dele. Finalmente, depois de cerca de vinte minutos, ele viu a pequena figura de sua senhora ao lado de uma prateleira distante, organizando pergaminhos. Sorrindo, Sinésio se aproximou dela com uma reverência respeitosa.
— Salve, Augusta Senhora!
Hipátia se virou para ele e fez um gesto para que se levantasse.
— O que o traz à biblioteca tão cedo, Sinésio? Pensei que você tivesse leituras para finalizar antes de nossa aula à tarde.
— Eu terminei as leituras e gostaria de textos adicionais para expandir meu conhecimento, para que eu possa entender melhor a mente de Deus — proclamou Sinésio, brilhantemente e com um toque de orgulho em sua voz.
Contente, Hipátia tentou abafar o riso que brotava dentro dela.
— Um estudante que implora por mais trabalho! Você é um homem incomum, Sinésio.
— Estou animado e honrado por estar aprendendo com você, senhora. Você pode não se importar com sua fama, mas seu nome brilha tão forte quanto as próprias estrelas. Todo mundo já ouviu falar em você — em Cirene, em Jerusalém, Constantinopla, Roma, Alexandria, até nas cidades ao norte, onde se diz que as pessoas se pintam de azul antes de irem para a batalha! Todos conhecem a grande Hipátia de Alexandria; todos querem aprender com você.
— Não os seguidores do patriarca Teófilo nem os cristãos trinitários que o seguem.
— Perdoe-os, senhora. Eles são influenciados pelo imperador Teodósio ao invés de pensarem por si mesmos.
— Tende cuidado para que ninguém vos faça cativo por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo. Porque, em Cristo, toda a plenitude da Divindade vive em forma corpórea e, em Cristo, você será levado à plenitude. Ele é o líder de todo poder e autoridade.
Carta de Paulo aos cristãos em Colosso. Segundo capítulo. Versículos oito a dez — citou Hipátia. — Homens como Teófilo ensinam que querer dizer o que aprendemos aqui no Serapeu é perigoso, que os livros deste grande sistema de bibliotecas são perigosos e devem ser destruídos. Até mesmo as histórias desta terra, os muitos textos sobre suas crenças mais antigas e estimadas.
"Muito antes do Abraão dos hebreus ter supostamente nascido, os nisu — reis desta terra, chamados na língua hebraica de faraós
— gastaram uma quantia insondável de dinheiro pagando os artesões mais habilidosos para construir seus túmulos. Viaje ao longo do Nilo e você os verá, monumentos de um tempo passado. Olhe ao redor e encontrará livros que ainda lembram o que os primeiros povos desta terra acreditavam. Deuses como Hórus, com sua cabeça de falcão, e Suco, com sua cabeça de crocodilo, que criaram o Nilo. Deusas como Hator, com sua cabeça de vaca, e Bastet, com seu bastão com cabeça de gato. Mas de todas as deusas, nenhuma é mais famosa do que Ísis, a mãe divina dos reis. No Antigo Egito, seu nome é traduzido por Eset, o assento
, uma referência ao trono. De Ísis, flui o poder e o direito de governar. Ninguém pode governar o Egito sem seu consentimento. Nem mesmo Roma — riu Hipátia, melancólica.
— Senhora, estou confuso. Roma — ou pelo menos Constantinopla — governa esta terra. Os dias de um Egito independente são apenas uma lembrança — respondeu Sinésio, respeitosamente.
Hipátia caminhou para uma prateleira próxima e pegou dois pergaminhos.
— Leia e compreenda.
Sinésio olhou para os títulos.
— São sobre a Dinastia Ptolomaica?
— Especificamente, sobre o último dos descendentes de Ptolomeu Sóter a governar um Egito independente. Cleópatra VII, filha da deusa Ísis, mãe de Ptolomeu XV Filópator Filómetor César — Cesarião, como geralmente o chamam. Ela foi a última e verdadeira rainha-faraó do Egito e a única grega a governar a terra que falava egípcio — ponderou Hipátia. — Se a vida dela não o inspirar a ver a mente de Deus mais claramente, não sei a de quem o fará ver!
Capítulo um
A ilha de Antirhodos brilhava laranja e ouro com a aurora de dedos rosados, enquanto as ondas do mar Mediterrâneo batiam ruidosamente no cabo Lochias. Do outro lado do cabo, com seu magnífico palácio, o poderoso Farol dos Faraós vigiava os muitos navios comerciais, tanto os prazerosos quanto os militares, que dançavam, arfavam e suspiravam até o porto real, o Poseidium, e até o porto principal de Alexandria. Trabalhadores saíam de suas camas em seus quitões e sandálias protetoras, saudando o que esperavam ser um novo dia lucrativo. O cheiro de pão assado enchia o ar salgado do mar. Um dia comum para Alexandria — ou assim todos esperavam que fosse.
Do outro lado do delta do Nilo, no pantanoso porto de Pelúsio, os trabalhadores também se dirigiam às docas para receber a carga de navios mercantes e para carregar navios vazios com produtos exóticos da Arábia e de rotas distantes que se estendiam por toda a Rota da Seda até a própria Chang-An. Trombetas soaram, forçando os trabalhadores a pararem o que estavam fazendo.
— Abram caminho! Abram caminho! Abram caminho para sua suprema majestade! Rei Ptolomeu Téo Filópator, filho de Zeus, rei dos reis e senhor dos senhores! — gritou o mensageiro, primeiro em grego e, depois, em egípcio como o faraó sentado em uma cadeira de cedro carregada por oito fortes escravos desembarcados da barcaça dourada junto a dúzias de serviçais e cortesões.
Enquanto Ptolomeu atravessava o porto em direção à mansão real, seu tutor, Teódoto, caminhava calmamente perto do trono do rei, com um relatório cerrado em suas mãos. Teódoto curvou-se profundamente quando os escravos abaixaram a cadeira de Ptolomeu para um descanso e o ajudaram a ficar de pé.
— Como foi sua jornada, senhor?
— Estou cansado — reclamou Ptolomeu. — Cansado e entediado. Quero um pouco de diversão! Há algum criminoso que possamos colocar na arena hoje? Eu preciso ver sangue!
— Você pode ter mais derramamento de sangue do que deseja se os relatórios forem precisos — previu Teódoto.
— O que você quer dizer com isso?
— Sua irmã Cleópatra Téa Filópator voltou da Síria.
— Se ela é tão estúpida