
ssim que dobrei uma esquina do French Quarter, o bairro mais turístico de New Orleans, avistei quatro ou cinco senhoras, com seus 60 e poucos anos, correndo furtivamente pela calçada. À frente do grupo, uma delas tentava esconder uma enorme placa de trânsito sobre um xale. As outras riam nervosamente, até que uma última e ofegante integrante da “quadrilha”, notando meu espanto, chegou perto de mim e sussurrou: “Cuidado, esta cidade é muito perigosa”, soltando uma gostosa gargalhada em seguida. É desse jeito, improvável, mas acima de tudo autêntica e divertidíssima, que New Orleans se apresenta a quem chega de fora. Ali, a despeito de delitos inconsequentes, a vida parece ter um swing diferente, que contagia o viajante no primeiro instante em que coloca os pés na cidade. “Deixe sua mala no quarto e dê um pulo agora mesmo no bar anexo” recomendou a recepcionista do hotel durante o check in. “Ali, você pode ouvir boa música, comer os ótimos pratos da Louisiana, beber alguns drinques, conhecer gente legal e curtir , ?” Não sabia. Mas logo descobriria que o ritmo musical a que ela se referiu é, de fato, muito mais que algo para se ouvir em New Orleans. Trata-se, na verdade, de um estilo de vida, que faz do improviso a tônica da região. Só não vale passar do ponto e