ONDE OS AEROPORTOS MORREM

A aviação comercial brasileira decolou oficialmente no dia 3 de fevereiro de 1927, quando um “aerobote” Dornier Wal D-112 (primeira aeronave comercial matriculada no Brasil, com o prefixo P-BAAA) decolou do leito do Rio Guaíba, em Porto Alegre, a capital gaúcha, para Rio Grande, também no Rio Grande do Sul, pela empresa que mais tarde se tornaria a Viação Aérea Rio Grandense ou, como é mais conhecida, Varig. Diante da relativa simplicidade das instalações para atender aos passageiros e às tripulações, as operações a partir da água foram o principal meio utilizado pelas empresas aéreas até a década de 1930, ficando os equipamentos dependentes para voar apenas das condições dos ventos e das vagas. Contudo, essa facilidade também suscitava alguns problemas.
Enquanto toda a costa brasileira (incluindo suas inúmeras cidades) e diversas capitais estavam aptas a receber o novo modal de transporte, a grande massa continental do Brasil seguiria desatendida, não pela ausência de rios e lagoas em algumas cidades (na Europa, várias capitais nacionais, como Berlim, criaram lagos visando à amerissagem de aerobarcos e hidroaviões), mas, especialmente, por conta da insuficiência técnica dos modelos em operação, que contavam com pouca autonomia e da ausência de qualquer infraestrutura para recebê-los. Porém, na década de trinta, o cenário político passaria a exigir que o país decolasse para século 20.
O CAM e os novos aeroportos A Revolução de 1930 precisava fazer chegar sua autoridade e a “nova ordem” a todo o país. Para esse feito, o modal aéreo foi escolhido como o meio para vencer as tiranias das distâncias, tendo recebido ordens para cumprir a missão o futuro brigadeiro Lysias Augusto Rodrigues, que empreendeu uma fantástica epopeia pelo interior do Brasil, partindo de trem de São Paulo, capital, até Ipameri, em Goiás, e de lá, de carro, cavalo e canoa, chegou a Belém do Pará, em uma jornada de 52 dias, demarcando e semeando ao longo do caminho 17 campos de pouso, que serviriam ao Correio Aéreo Militar, posteriormente Correio Aéreo Nacional (CAN), alguns dos quais ainda ativos.
A operação de interiorização do país, por meio do programa “Marcha para o Oeste”, juntamente com a abertura de campos de pouso, impactou positivamente a
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