Revista GULA

UM PASSEIO PELA SERRA

Na segunda metade do século 19, a primeira leva de imigrantes italianos chegou à Serra Gaúcha. Boa parte destas famílias, tão cansadas da exaustiva viagem quanto repletas de sonhos vibrantes, foi morar em casas construídas de pedra basalto e rejuntadas com palha, estrume de animais e barro. Com o tempo, estas casinhas foram saindo de moda. Símbolo de pobreza, eram pouco a pouco escondidas, a medida em que o progresso econômico chegava à região. Muitas eram rebocadas e pintadas, para disfarçarem a origem humilde que traziam nas fundações.

Até que o empresário do turismo Tarcísio Michelon, dono de hotéis na região, percebeu, pouco mais de 100 anos depois da chegada dos primeiros imigrantes, que aquelas casas de pedra eram uma possibilidade real e viável para resgatar não apenas parte da história, mas também da auto estima dos moradores da região. E várias destas casas foram recuperadas, algumas transformadas em museus, outras apenas abertas à visitação. E estes Caminhos de Pedra que os imigrantes seguiram e ergueram está hoje ao alcance de quem visita a Serra Gaúcha.

E é justamente em Caminhos de Pedra que está também a Era dos Ventos. Se existe uma vinícola no Brasil que efetivamente atingiu o status de Cult Winery, esta é a

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