A ciência e a arte

O CRONOGRAMA ACORDADO dizia que a entrevista deveria durar uma hora. Foram duas e ainda faltou tempo, pois boa em parte da primeira hora os entrevistadores foram entrevistados. A sincera curiosidade de Laura Catena – herdeira da Bodega Catena Zapata e dona de outros projetos pessoais como Luca, La Posta e Domaine Nico – sobre as atividades e ações de nossa equipe demonstra não somente o seu respeito, mas também a humildade dos grandes sábios, que buscam aprender antes mesmo de ensinar.
E a doutora (formada em medicina, em Stanford) Laura – que, além da gestão da vinícola familiar, ainda encontra tempo para atuar como médica na Califórnia – parece ter uma veia ligada ao aprendizado que incorporou aos processos da Catena Zapata. A incessante busca por conhecimento faz com que a empresa siga liderando as transformações na vitivinicultura argentina há décadas, indicando um rumo a ser trilhado, com um olho na ciência e outro na “arte”.
Ela, aliás, não parece afeita a dicotomias, quase sempre buscando intersecções entre coisas que podem, a princípio, parecer opostas. E, quando não é possível, experimentando com os extremos. Assim ela fala com orgulho tanto dos projetos da Catena quanto dos pessoais, aprendendo e ensinando ao mesmo tempo em uma conversa engrandecedora.
Gostaria que falasse um pouco do trabalho do Catena Institute of Wine. Para alguns, pode parecer algo menor no trabalho da vinícola, mas, ao que parece, é uma ferramenta importante, que, ao longo dos anos, veio norteando não somente o que Catena tem feito, mas também quase toda a vitivinicultura Argentina.

Parece que só agora veio à tona, mas existe há quase 20 anos. Ele nasceu em 2002 quando as pessoas me perguntavam sobre meu plano para daqui cinco anos, 10 anos... Lembro-me de que tivemos uma reunião com toda a equipe e pensei que desafio lhes daria. Nossa família faz vinhos há 100 anos, então a
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