O BICHO-PAPÃO DA ESCOLA

“SENTIA-ME AINDA MAIS FEIA E MUITO MAL NA MINHA PELE, MAS NÃO TINHA ASSIM TANTA RAIVA DELE. CONTINUAVA A ACHÁ-LO GIRO, MUITO COOLE VALORIZAVA A OPINIÃO DELE.”
tem 25 anos e, do início da adolescência, guarda memórias de uma baixa autoestima. “Era muito magrinha, muito mais do que as outras raparigas, e tinha consciência disso. Não tinha maminhas, nem formas absolutamente nenhumas.” Foi aos 12 anos, quando estava no 7.º ano, que começou a ouvir comentários negativos sobre a sua aparência, por parte de um rapaz da turma que aproveitava todos os momentos perto de Leonor para a deitar abaixo. “Eu gostava dele, na altura. Era giro, desportista e tinha pinta. Mas todos os comentários partiam dele. Os amigos riam-se e depois acabavam por reproduzi-los. Claro que nos intervalos eu não ia para onde ele estava, mas era, por exemplo, nas aulas de educação física que havia espaço, muitas vezes, para esse tipo de insultos.” De todas as situações que viveu, há uma que não lhe sai da cabeça por mais que o tempo passe. “Na sala de aula, eu estava na fila da frente. E usava muitas vezes meias brancas. Uma vez, ele atirou uma borracha para perto da minha cadeira. Depois, ouvi-o chamar-me ‘pé de gesso’, várias vezes.
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